Belarmino ô meu menino
Chaveiro do outro mundox
Existe no mar uma Muralha
Feliz de quem ela avistar
É a muralha das tres donzelas
Que moram no alto mar
No fundo do mar tem areia
As águas do mar tem ciencia
Quem se ver pertubado neste mundo, ai meu Deus
Só peço a Deus que lhes dê paciência
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Eu dei um tombo na Jurema e o mundo veio
Eu dei um tombo na Jurema e o mundo vai
Sentado numa mesa de Jurema
Eu só temo a Deus do céu e nada mais!
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Ó dai-me licença mestre
Para eu sudar a tua Jurema
Jurema é pau sagrado
A raíz que Deus ordena
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Vamos, meu mestre vamos
Vamos a cidade trabalhar
Pois eu só trabalho bebendo
Cantando e tocando o meu maracá
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A Jurema é minha madrinha
E Jesus é meu protetor
A Jurema é o pau sagrado
Onde Jesus descansou
Você que é um bom mestre
Me ensine a trabalhar
Com as Forças da Jurema
Do Angico e do Vajucá
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O segredo da Jurema
Todo mundo quer saber
Mas é como casa de abelha
Que trabalha sem ninguém ver
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A Jurema Preta
Eu conheço pela tinta
Salve a Jurema sagrada
E o Gongá de Zé Pilintra
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É hora meu mestre
Meu mestre é hora
O mato tora com o balanço do vento
Mas eu firmei o meu pensamento
Eu quero ver agora
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A Jurema “fulorou”
Do Anjico ao Vajucá
Desenrola estas correntes
Deixa o mestre trabalhar
Quem deu este nó não sabia dar
Esse nó mau dado eu desato já
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É bonito e tem que ver
Um pau seco “florar”
Mas é bonito e tem que ver
Os mestres na mesa do Juremá
Eu triunfei, triunfei, vou triunfar
Triunfa senhores mestres na mesa do Juremá
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Lá no pé do dendezeiro
Meu maracá é dendê só
Lá no pé do dendezeiro
Eu não conheço o maior
Arreia arreia maiangá
Arreia arreia maiangá
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Na minha bengala mestre
Eu trago um rico brilhante
Nela está escrito
Mestre Lagoa do Rancho
A minha lagoa não seca
Nem nunca há de secar
A minha lagoa só seca
Quando o Meu Mestre Mandar
Mestre Junqueiro
Que vem da Lagoa de Junco (2x)
De Junco Eu Venho
Para Junco Eu Vou (2x)
Ô Desembaraçando Eu Venho
Ô Desembaraçando Eu Vou (2x)
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Lá vem Zé, lá vem Zé
Lá vem Zé lá da Jurema
Lá vem Zé lá vem Zé
Lá vem Zé do Juremá
Quando Sr. Zé vem da Jurema
Todo mundo quer lhe ver
Sr. Zé não desce em uma mesa
Que não tenha o que beber
Mas prá Sr. Zé, tem tem tem
E prá Sr. Zé sempre terá
Prá Sr. Zé tem o que beber
Prá Sr. Zé tem o que fumar
Do trabalho vem o dinheiro
Do charuto sái a fumaça
E o engenho a moer cana
Para Sr. Zé tomar cachaça
Eu abalei eu abalei
Eu abalei eu vou abalar
Vou abalar o Sr. Zé
No tronco do Juremá
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O relógio trabalha com corda
E o galo só canta se comer
A Jurema trabalha com mestre
E os mestres só trabalham se beber
É cobra, é tigre, é leão
E a fumaça de Zé bota um no chão
E a garrafa de cana de quem é?
A garrafa de cana É do mestre Zé
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Sr. Gosta de cana e a cana gosta de Zé
Sr. Zé vira a cana e a cana não vira Zé
Mas chegou um bêbado no meio do salão
E no meio do salão apanhou de cipó
Mas Sr. Zé, qual é o pó? (bis)
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Mas ó Sr. Zé
Mas cadê o seu dinheiro
Para pagar a sua bicada
E meter o pau É no bodegueiro (bis)
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Eu estava no jogo - oh mulher
Eu estava jogando – oh mulher
O meu dinheiro acabou – oh mulher
E eu fiquei chorando – oh mulher
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Mestre Zé Pilintra
Quem foi que viu Zé Pilintra
Brincando neste salão
Com a sua garrafa de pinga
E o seu charuto na mão
Dentro da Vila do Cabo
Ele foi primeiro sem segundo
Na boca de quem não presta
Zé Pilintra é vagabundo
Dentro da Vila do Cabo
Sete vendas se fechou
Foi uma fumaça contrária
Que Zé Pilintra mandou
Sr. Doutor, Sr. Doutor - Bravo senhor
Zé Pilintra chegou - Bravo senhor
Mas se você não me queria - Bravo senhor
Para que me chamou - Bravo senhor
Mestre Zé da Risada
De Uniforme Branco e com a sua bengala
Nas encruzilhadas dilim dilim
Ele é Sr. Zé da Risada
Mestre Zé da Pinga
Ô que cana doce
Ô que cana caiana
Chegou Zé da Pinga
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Eu quero o meu serviço feito
Na sombra de um pau-linheiro
Eu vou cortar galho de Jurema
Para dar lapa em feiticeiro
O pau pendeu, o pau pendeu
Na Jurema pau pendeu
O pau pendeu mas não caiu
Eu passei pela Jurema e ninguém nem me viu
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Mestre Zé Bebinho
Eu cheguei, eu cheguei
Foi eu cheguei agora
Eu vim de lá de meu bequinho
Do Anjico ao Vajucá
O seu nome é Zé Bebinho
É no romper do sol
É no raiá da lua
Chegou Sr. Zé Bebinho
Bebinho do meio da rua
Sua mãe bem que lhe disse
Bebinho não beba não
Com um copo de cachaça
Eu deixo o disciplo no chão
Mas eu bebo, bebo, bebo
E ninguém tem nada com isso
Com um copo de cachaça
Eu desmancho qualquer serviço
Mestre Zé do Beco
Sr. Zé vira o beco
E no beco virou
Na virada do beco
Sr. Zé me enganou
Mestre Zé Vaqueiro
Eu ouvi trupe de cavalos
Eu ouvi esporas tinir
Abre os rochedos de pedra
Prá Zé Vaqueiro sair
Mestre Zé Pereira
Salve o mestre Zé Pereira, Pereira vem
O mestre Zé Pereira nunca fez mal a ninguém
Só matou pai e matou mãe
Ele matou quem lhe criou
E matou o corno do padre
Que lhe batizou
Mestre Zé da Virada
Vaqueiro não vá na serra
Que o touro tá na maiada
Com um grito na Serra Negra
Chegou Sr. Zé da Virada
Mestre Zé Bagaceira
Ele se chama Zé Bagaceira
Que vocês ouviram falar
Trabalhava o dia todo
Dentro dos canaviás
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Mestre Zé Menino
Quem estiver dormindo acorde
O meu relógio já deu hora
Ele se Chama é Zé Menino
Ele vem de mundo a fora
É na bola de seu apito
Na bola de seu apito
Tem semente de Jurema
Ele é moleque, ele é Zé menino
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Mestre José dos Anjos
Sou José dos Anjos
Que cheguei na sua aldeia
Sete anjos me acompanham
Sete velas me alumeiam
A caminho de Santa Rita
Eu passei por Quatro Cantos
Dando o nome de Pilintra
Mas meu nome é Zé dos Anjos
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Mestre Carlos é bom mestre
Que Aprendeu sem se ensinar
Três dias passou caído
No tronco do Juremá
Carro não anda sem boi
E eu não ando sem beber
A força da roda grande
Faz a pequena moer
Amigo dá-me um cigarro
Que eu também sou fumador
A pontinha que eu trazia
Caiu na água e se molhou
Amigo dá-me uma bicada
Que eu também sou bebedor
A garrafa que eu trazia
Caiu na água e se quebrou
Eu não gosto de cachaça
E nem meu mano gosta dela
Eu bebo sete garrafas
E meu mano sete tigelas
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Mestre Palmeira
Eu venho de tão longe
Cansado de caminhar
Eu trago uma vela acesa
Para meus caminhos clarear
Palmeira é bom mestre
Ele é bom mestre e é coroado
Palmeira é bom mestre
Ele é do campo ele é do mato
Com seis anos de idade
Ele foi jogado na mata escura
Com seis anos de idade
Arrudiado de palmeiras
Foi no pé da gameleira
Onde ele fez a sua morada
Foi no pé da gemeleira
Arrudiado de palmeiras
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Mestre Benedito Fumaça
Sou eu Benedito Fumaça
Sou eu maquinista de trem
Eu fui passado em uma virada
E não temo passar ninguém
Quando eu vinha de meu planauto
O meu trem desencarrilhou
Duzentos e setenta pessoas
Debaixo de meu trem ficou
Engata o carro Benedito
Na estação da gameleira(bis)
Mestre Préa
Puxando a minha carroça
Com ela eu vou trabalhar
Me chamo Antonio Pereira da Silva
Eu sou o mestre Preá
Sou um mestre garranchinha
E toco fogo no além
Mais eu quero ver
Preá correr (bis)
Eu sou da pecheira
Eu sou de apunhalar
Eu sou da Mustardinha
O meu nome é Preá
Mestre Ventania
A água do mar gemeu
Quando Ventania nasceu
Dentro da perversidade
Nasceu mais um irmão meu
Muralha minha muralha
Muralha minha Ventania nasceu
Muralha minha Ventania sou eu
* Mestre Vira Mundo *
Eu dei um grito na serra
Que a terra estremeceu
Dentro da minha cidade
Só quem é mestre sou eu
Discípulo toma cuidada
Matéria toma sentido
Joga a cachaça no mundo
E deixa o resto comigo
Discipulo toma cuidade
Matéria toma juízo
Joga a fumaça no mundo
E deixa o resto comigo
Discípulo toma cuidado
Matéria tu olha lá
Quando a cabeça não pensa
O corpo é quem vai pagar
Eu vinha descendo a serra
Eu vinha correndo o mundo
Eu sou um mestre malvado
O meu nome é Vira-Mundo
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Eu só peço a Deus que não chova
Pra não molhar meu chapéu
E se chouver molha tudo
Sr. Vira Mundo não vai pro céu
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Antes de haver dendê
Os urubus já comiam
Ele é Sr. Vira-Mundo
Que só trabalha na magia
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Ô Cadê Vira Mundo ô Pemba
Ele tá No Terreiro Pemba
Cadê Seu Cavalo Ventania
Ele tá no Terreiro Pemba
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Galinha preta na encruzilhada
Gato preto corredor
Sustenta o ponto minha gente
Que Vira-Mundo chegou
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Sr. Vira-Mundo ele anda e desanda
Sr. Vira-mundo vem no tombo de girar
Sr. Vira-Mundo veio beber
Sr. Vira-Mundo veio fumar
Sr. Vira-Mundo veio beber
Para os contrários levar
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Não Tem Medo de Nada
Porquê Ele Pode com Tudo
Na Jurema Sagrada
Ele se Chama é Viramundo
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Mestre Canito
Nas asa de um papagaio
No bico de um periquito
Sustenta a pisada do mestre
Quem está no ponto é Canito
Balança a maracá do mestre
Assoita a gaita discípulo
Ele é um grande mestre
E dá Conta de seu serviço
Ele é Canito do fogo
Ele é filho de Satanás
Eu quero ver lá no inferno
Quem é que pode mais